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NA MÍDIA: Inveja no trabalho - impacto na cultura organizacional

  • Foto do escritor: Marcon LC
    Marcon LC
  • 31 de ago.
  • 2 min de leitura

Matéria de Caroline Marcon para o Portal Mundo RH

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A inveja no trabalho pode prejudicar a cultura organizacional, mas, quando bem trabalhada, pode se transformar em motor de evolução e liderança consciente.


Em abril, o jornal norte-americano Washington Post publicou um artigo sobre o atual processo judicial envolvendo o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, acusado de práticas antitrustes nos casos de compra do Instagram e do WhatsApp. A reportagem sugere que o criador do Facebook teria adquirido as plataformas não apenas por interesses comerciais, mas também movido por uma emoção primitiva: a inveja do sucesso alheio.


Para a consultora organizacional Caroline Marcon, fundadora da Marcon LC – Consultoria para Alta Liderança e autora do livro O poder dos times AAA, a inveja, embora raramente seja admitida, permeia as relações nos ambientes corporativos. “Trata-se daquelas emoções que nem ousamos nomear, mas que vivem nos bastidores das relações profissionais. Disfarçada de ironia, julgamento ou indiferença, ela visita até os mais experientes e bem-sucedidos executivos”, afirma.


A inveja no ambiente corporativo

Para compreender melhor a natureza dessa emoção, Caroline recorre à psicanalista austríaca Melanie Klein, que afirmava que a inveja nasce antes mesmo da culpa, nos primeiros vínculos da vida. “Desde então, carregamos esta sombra, às vezes adormecida, às vezes afiada”, explica.

No universo corporativo, a inveja pode se manifestar em pequenas sabotagens, na dificuldade de reconhecer o mérito do outro ou no incômodo diante do sucesso alheio.


Quando a inveja pode ser positiva

Engana-se, porém, quem acredita que a inveja se limita a aspectos destrutivos. Baseando-se em estudos do psicólogo norte-americano Richard Smith, Caroline destaca o lado positivo da inveja — mais próximo da admiração. Nesse sentido, ela funciona como um convite ao crescimento.

Nas empresas, líderes com maturidade emocional e capazes de reconhecer a inveja sem vergonha ou negação — a chamada inveja boa — conseguem transformar essa emoção em ferramenta de desenvolvimento. “Por trás da comparação com um funcionário, muitas vezes existe um talento não reconhecido”, destaca a consultora.


Impactos na cultura organizacional

Segundo Caroline, a forma como a inveja é trabalhada dentro da empresa pode ter efeitos opostos. Se for maliciosa e voltada para a queda do outro, ela tende a envenenar a cultura organizacional, comprometendo a atração e a retenção de talentos, além de prejudicar os resultados corporativos.

Por outro lado, quando transformada em admiração e inspiração, a inveja fortalece a cultura, funcionando como motor de evolução organizacional.


Liderança consciente e gestão emocional

A inveja é parte da natureza humana — não podemos eliminá-la, mas sim aprender a lidar com ela. Caroline lembra as palavras de Carl Jung, fundador da psicologia analítica: “aquilo que nos incomoda nos outros nem sempre é sobre o outro; muitas vezes é a nossa própria sombra que se manifesta”.

Para a consultora, o líder que compreende essa dimensão psicológica está mais próximo de praticar uma liderança consciente, capaz de potencializar talentos, fortalecer vínculos e criar um ambiente saudável de colaboração e inovação.

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