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VALOR ECONÔMICO: Home Office vai acabar após o fim da emergência da COVID-19?

Matéria com a participação de Caroline Marcon para Valor Econômico

A covid-19 deixou de ser uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) nesta sexta-feira (5). A medida tomada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) não retira a classificação de doença da pandemia, que segue necessitando de cuidados e da vacinação em nível global.


A partir de 2020, ano da decretação da ESPII e da pandemia, a covid-19 mudou completamente a forma em que a sociedade se comporta. Uma das principais transformações foi com relação ao trabalho e o avanço da modalidade de home office (teletrabalho), com muitos profissionais passando a atuar em casa.


Com a mudança na classificação da OMS, uma das grandes questões é se o modelo 100% estará de volta. O Valor conversou com alguns especialistas para entender possíveis mudanças.


Home office antes da pandemia


Uma ideia comum entre os ouvidos é que a ideia do home office já era estabelecida antes da pandemia e que as restrições sanitárias apenas aceleraram esse processo para algumas profissões, com muitas empresas passando a investir no trabalho remoto e, inclusive, se desfazendo de espaços físicos.


Caroline Marcon, consultora organizacional e autora do livro “O Poder dos Times AAA” acredita que o home office veio para ficar e que a retirada da covid-19 como uma emergência de saúde global não deve causar uma volta automática aos escritórios.


“Acredito que as empresas que estavam descontentes com o modelo, querendo retomar ao presencial, podem utilizar essa decisão da OMS como uma espécie de validação. Na minha visão, o home office tem que ser encarado como uma conquista. Se está dando certo, se os profissionais continuam dando resultado, isso deveria ser visto como um avanço”, afirma.


Mesmo antes da decisão da OMS, algumas empresas aproveitaram a diminuição no número de hospitalizações e mortes, além do avanço da cobertura vacinal, para retornar ao trabalho presencial. “No entanto, para muitas empresas esse modelo [home office] está funcionando. Muitas pessoas ganharam na qualidade de vida, na autonomia e muitas companhias também reduziram custos, principalmente com estrutura e transporte.”


Individualidades de cada colaborador


Fernanda Schroder, gerente de learning and development da consultoria em recursos humanos LHH, destaca que é importante as empresas levarem em conta as individualidades de cada colaborador.


“Muitos profissionais se adaptaram, mas outros não. Tem quem more em um local pequeno, sem um ambiente necessário, e a volta para o escritório pode ser benéfica. É importante pensarmos nas questões físicas e psicológicas que a volta ao presencial pode gerar”, diz.


Comando e controle do home office


Outro ponto levantado por Caroline diz respeito à relação de comando e controle por parte das companhias e seus representantes. A especialista comenta que o home office levou muitos lideres dar ferramentas de autonomia para seus liderados.


A forma de trabalho a distância é uma forma de dizer não para essa ideia de comando e controle. Se não estou olhando, não quer dizer que o colaborador não está trabalhando. É importante aumentar a responsabilidade individual, estabelecer um novo relacionamento de empresa e colaborador”, completa.

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